Patrocinado pelo CAU/PR, projeto desperta noções sobre cidades em crianças

Reflexões sobre a importância da qualidade da moradia, do cuidado com o bairro e da necessidade em participar ativamente das decisões sobre a evolução do município. Assuntos de gente grande que foram tratados com crianças e adolescentes de Toledo, no oeste do estado.

É o Ser Cidade, projeto patrocinado por meio de edital do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR), que desperta no público infantojuvenil as primeiras noções sobre o que é a cidade, planejamento urbano e cidadania. “É através da inclusão das crianças em resoluções de problemas e temas pertinentes à evolução e manutenção das nossas cidades que construímos uma sociedade mais inclusiva e diversa”, destacam as arquitetas e urbanistas Sabine Campos e Vivian Bolson, coordenadoras da ação educativa. “O Ser Cidade atuou de forma a imprimir nas crianças um olhar crítico para o meio urbano e aprimorar a autonomia dos pequenos, para assim, capacitar estes futuros adultos, que construirão novas maneiras de morar e habitar as cidades”, completam.

Eleita conselheira do CAU/PR para a Gestão 2024-2026, a arquiteta e urbanista Sabine Campos ministrou atividades para o Ser Cidade no ano passado.

Com o apoio do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Paranaense (UNIPAR), as ações foram desenvolvidas com adolescentes do Centro Assistencial da Diocese de Toledo – Casa de Maria, localizada no Jardim Europa. A programação envolveu os estudantes e os inspirou a enxergar a comunidade com novos olhos e a imaginar um futuro mais inclusivo e sustentável. O projeto abordou questões práticas de infraestrutura urbana e apropriação do espaço público por meio da construção de uma maquete dos bairros Jardim Europa e Santa Clara IV. “Foi uma oportunidade para os participantes se aproximarem do bairro de maneira criativa, enquanto os debates sobre a relação entre espaços urbanos e naturais beiraram à realidade e despertaram uma maior conscientização sobre a importância da preservação ambiental e o papel de cada um no futuro da cidade”, destacam as arquitetas e urbanistas coordenadoras do projeto.

A diretora da Casa de Maria, Maria Inês Mânica, ressalta que o Ser Cidade proporcionou, além de informação, “muitas emoções, muitos sonhos e fantasias, mas ressalta-se a riqueza do conhecimento da realidade onde vivem com as constatações dos aspectos urbanos positivos e dos aspectos não adequados, que podem ser transformados em benefício da população como um todo”.

Livro é resultado da ação de cidadania

Desenvolvidas em 2023, as atividades do projeto foram encerradas neste mês, no auditório da Casa de Maria, com a apresentação dos trabalhos realizados e a entrega do livro “Ser Cidade – Transformando crianças em agentes urbanos” (clique aqui para baixar). A obra reúne uma coletânea de desenhos, exercícios, fotografias e a trajetória do projeto.

“O Ser Cidade encerrou-se como etapa de um sonho que agora virou realidade. Apontar dificuldades do nosso cotidiano é fácil, mas o que os participantes do projeto nos mostraram é que enxergam os problemas e que as soluções são obvias, o que precisamos é de ação. Crianças e adolescentes têm menos filtros, menos pré-conceitos e, por isso, conseguem nos dizer de forma mais objetiva o que deve ser feito”, finalizam Sabine e Vivian.